terça-feira, 6 de outubro de 2015

Solilóquio

Eu quero que meu coração fique a esmo, mesmo.
Quero que continue batendo de porta em porta e nas paredes, até não aguentar.
Eu quero que meu coração permaneça ébrio, sem internação.
Não quero que ele se faça de tolo.
Não quero que ele se renda a mais nenhuma risada.
Quero que meu coração providencie uns não, por dentro, para dar como troco, para os que vierem de fora.
Não quero que amoleça. Não quero que endureça.
Não quero que sucumba pasmo, a mais nenhum dolo eventual.
Quero que meu coração esteja, para sempre, simples e ignorante.

Eu quero... Eu não quero... Eu quero...

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