quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Desafiando a morte

Sempre começava assim. De muito pensar, o suor escorria.
Depois foi indo pra dentro da fera.
Sentia o afiado e brilho de seus dentes com a ponta dos dedos.
Encarava seus olhos em meio ao breu. Enfim, se acostumara.
Rondava-a, enquanto era escrutinado.
Rugido contra rugido.
Decidiu, por fim, olhar os arredores. Não era tanto de assustar.
Cogitou de um fake.
 Passou a espiá-la, quando desprevenida.
Concluiu que era como em antigo estúdio da telona, a Metro Goldwyn Mayer.

A fera aparecia, “três rugidos e o resto era fita”.

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

Nestes termos

Leu tudo? Tim tim por tim tim? Cada vírgula? Nas entrelinhas? E as palavras miúdas?
Contrato é contrato, assinou sem ler... Há tratos de boca, são os piores. Palavras o vento leva, não?
Mas há que se confiar em alguém. Se bem que a CIA elege termos exatamente ao contrário. E tem algo parecido em um livro sagrado; “Ai do homem que confia”...
Chato é que existe uma lei, com contrato e tudo; lei da cooperação. Confiar e depender são os termos da sobrevivência. Sem aliados, nada feito.
A vida é um contrato com a morte. Você nem assina, mas está fechado. Andar na linha estirada entre uma e outra é que depende de termos e esses já estão lançados.

“Only with a little help of some friends”.

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

Florescer

É, acontece na primavera. Acontece na época do fruto.
Sem flor, sem fruto. Flores parecem ser coisa de quando Deus vai pegar pesado e adula primeiro.
Mais são belas, são belas.
Quando não há a florada, nada de café.  Sem elas, nada de Holambra.
E balda de seu perfume, de suas cores; o que seria da Terra?
Seus filhos estariam condenados a viver em preto e branco. De Gaia sem brincos, sem tiara.
Floresçam flores, por favor! Dentro de nós, impreterivelmente.

 Nos arredores, piedosamente.

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

Mesmo eu não estando aqui

Um lembrete. Um tipo de mantra. Uma mágica doce.
Sentir-se convidado. De túnica alva, sem pranto. Ilustre, sem solidão.
O pedacinho de papel branco, preso na porta (Entre), não prescrevia, ofertava.
Não era imperativo, mas futuro do presente.
Alguém não estando, ainda seria uma dádiva.
Sempre uma alternativa, nunca um beco sem saída. Pra cada pergunta uma opção com um x.
Pra uma lágrima, uma risada. Todos os cantos, iluminados.
 E entrava-se então.  Sem riscos.

 Plenamente acompanhado.