terça-feira, 17 de novembro de 2015

Françoise ou Maria

Que dor é essa. Qual dói mais. Quisera não doesse assim.
Quisera apartá-la pros polos do planeta, e lá, onde só há água e gelo não doesse nada. Sem coração, artérias ou músculos, uma ferida de qualquer natureza não feriria. Qualquer dor não doeria.
Mas, tal senhora encontra sempre um coração acompanhado de todo sistema nervoso e periferia. Mesmo porque, de um polo a outro, principalmente no meio, se aglomera gente, donos de corações. E é aí que ela age, ou seguindo leis, ou vestindo-se de covardia.
Assim quais os mais pungentes ais, os de Françoise ou de Maria?
O ferro cortante encravado na carne, estilhaçado ou derramado dói no peito de gente.

Quisera que a dor escolhesse outro alvo, mas, substantivo abstrato dependendo do homem pra ser, pra fazer, quem escolhe é a gente.

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Angélique e sua bicicleta

Noite escura demais. Dia sombrio, o inferno era ali.
Um coração feminino que não mais era. Nenhuma lágrima sobre os panos.
Uma dor de cortar.
 Levemente, de repente, se insinua um zumbido de vento por entre aros.
O som que faz a mulher estremecer. Onde, antes, não havia arfar, horrorizar nem agonizar, agora brotava o esperar.
O acorde da harpa silenciou.
 Angélique pairou, cuidou, curou e um coração feminino voltou a ser.

Homenagem a Angélique Namaika