domingo, 9 de outubro de 2016

Nosso reino é assim

Território sagrado. Nosso reino é assim, mesmo que não saibamos de sua coroa brilhante nem de seu halo santo.
Mesmo que façamos tanto as malas e o deixemos pra balneários plebeus.  Mesmo que tomemos seu nome em vão apelidando-o no diminutivo, sem nenhum respeito.
Território sagrado onde “em se plantando tudo dá”, e ainda que se lhe tire todo fruto, todo ouro mais fecundo e generoso se apresentará.
A alquimia é de seu tempo e dela não é mais um aprendiz. “Gigante pela própria natureza”, em seu jeito Cord tem lugares nunca dantes visitados e mares jamais navegados.
Nosso reino é assim, território ilustre, ilustre desconhecido. Abandonado e renegado como “persona non grata” no seio de seu próprio clã.

Um reino de súditos cegos e coxos que não vêem e não vão ao deslumbramento de tanto, até que um dia, qualquer aventureiro, dele, lance mão.

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Nunca mais feliz

Naqueles tempos = anacronismo. Nem te ouvem. Tratar de algo em uma conversa franca não está em questão. 
A questão é que queremos separar o sonho do fato, o fato da foto, e a foto do que era bom.
Nada de melodrama, nem de sensibilidade.
Carinho preventivo significa déficit, logo Mariana chora sobre a lama do “quem com ferro fere”.
Atual é dividir pra conquistar. Não nos soa familiarmente antigo?
Desapegar-se do todo e de tudo, não depender define-se um “must”.
Atual é adornar-se de TNT e visitar o irmão.
Ir e vir na gondola do amor = prosaico.
“Nunca mais uma rosa no bar, nunca mais feliz”. 
              


terça-feira, 4 de outubro de 2016

Sem intenção de matar

Mordida na jugular, mas de leve. Depois, do líquido suspeito no copo oferecido.
E que fique bem claro, é sem intenção de matar.
Não é guerra, não é revanche, é completamente inócuo, não, totalmente inocente, porém sem intenção de matar.
Um prego de obras antigas, delicadamente, apontado no piso de entrada.
Um convite premeditado, contudo, jura-se: sem intenção de matar.
Armadilhas, atentados, descalabros, tudo na mais perfeita ordem.

E o que realmente se infere, é que é na, mais santa, mais tonta, mais desajeitada, mais sinistra; intenção de amar.