terça-feira, 5 de julho de 2016

Humores

Risos são sintomas de vida. Choros são sintomas de morte.
Preferem-se, então, risos às bandeiras despregadas e não nos venham falar de tal sorte.
Convictos de que mente sã é dádiva da “graça”, rimos da própria desgraça.
Incapazes, alguns, de prover o seu remédio, mascates surgiram, aos montes, com seu elixir milagroso.
E dizem que dentro dos frascos tem de tudo um pouco. Dizem que toda e qualquer substância  é permitida pelo CNM, desde que tornem todas as circunstâncias hilárias.
Os que não suportam os sintomas de morte dividem-se: os que são de opinião que todo riso é bom; os que acham que é preciso ter compostura e que não é de tudo que se pode fazer graça.
Os profissionais atestam que como no amor, para salvar da “desgraça” tudo lhes é permitido.
Muitos concordam que – “até piada sem graça”.
A vida, confabulando com a morte, não viu razão pra tanta questão. A morte, confabulando com a vida, não viu em si razão pra tanta desgraça.
Os risos e os choros acharam-se tão bem colocados!  E os humores consentiram em ser remédio para todos “males”.