quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Climb up

Edgar Allan Poe faz Auguste Dupin concluir que a verdade não está no topo da montanha e sim no sopé.
Mas, escrutinar uma elevação magnífica atrás de uma resposta válida, é lindo.
Mesmo porque aqui pelas planícies tudo é tão raso, certezas nenhumas e soluções tão rasteiras.
O topo de uma montanha se avizinha do céu, onde, por certo, belas verdades estarão.
 No alto daquele morro tem um ninho de mafagafos com sete mafagafinhos.
Só no topo gelado das montanhas da Áustria brota a Edelweise.
 Do alto de um monte as bem-aventuranças bem aventuraram os homens.
A melhor brisa, a mais bela paisagem só é sentida em plenitude nas altitudes. Sem contar que do plano alto de uma elevação qualquer pode se vislumbrar o futuro.
Os alpinistas sabem disso tudo e vivem sempre ébrios pela próxima escalada. Vão lá encontrar as verdadeiras cidades de tesouros escondidos. Os reais vales do paraíso.
Anseiam pelo ponto onde as nuvens tocam a Terra.
Os imortais estão no Olimpo e acho que todo mortal se enternece com as escadinhas para o céu.
 Porque montanhas são isso, não?



quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Largar o penar

O penar deveria ganhar sempre uma porta na cara.
Em chegando, se deparar com a placa “FECHADO PRA BALANÇO”.
Se insistisse por contato telefônico, ouvir; “este número não existe”.
Mas, ao contrário, entra senta, ancho, largado no sofá e ainda lhe oferecemos uma bebidinha gelada.
Pode estar até com pressa, mas puxamos conversa.
Pode ser só um flerte, mas “ficamos”.
Dá dó de nós.
O penar, às vezes, quer até, passar ao largo, batido, quero dizer.
Mas nós, nós estendemos convite. Acenamos, e estamos lá com um detalhe combinado, só pra ser reconhecidos.
Pegar ou lagar é só pra felicidade, pra alegria.

Já pra esse outro, é mania, nos apegamos e pronto.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Covardia

O céu é o limite, eu sei, mas não posso.
A organização celeste tem, sim, seus eleitos. Eu, definitivamente, não sou o “queridinho do papai”.
 Meus sonhos não estarão sempre à mão, meu corpo inteiro poderá ter partido, mas...
Não vou me atirar aos negócios de me sair bem, fazer o que gosto e realizar as minhas tão sonhadas utopias.
Corro o risco de parecer preguiçoso e indolente e tudo mais, mas agarrar a felicidade à unha...
Na verdade, bem no íntimo, sou é cauteloso. Mantenho a precaução e certa distância do “não acontecer”.
Meu coração é frágil.
Meus projetos não são tão sólidos.
Vivem dizendo que estou morrendo afogado na mesma função.
Que nada, conheço esta praia como a palma de minha mão. Restam-me algumas braçadas e certo fôlego.
Agora, Ironman Triátlon, Bungee Jumping, pra mim é morte certa.
Esportes radicais? Não, não, para isso sou covarde.