terça-feira, 13 de outubro de 2015

Sabe lá.

 Pensa-se não haver nada para dar. Que nada, sempre há.
Cozinhar, costurar, pintar, falar, pairar, cantar, todas são coisas para dar.
“Ter que ter para dar”?  – “Hum, sei lá”.
Conjeturas mil, e as obras? Todas num canto, engavetadas. As mãos paradas.
Reclamações acirradas. Bandeiras empunhadas. Mas as ações? Que nada.
“Levar jeito pra coisa”? Nem é preciso. Preciso é ter coragem.
Coragem para mexer-se, desafiar-se, remexer por dentro e encontrar um quê.
E remexer, remexer coração, pensamento, até que encontre.

 Sabe lá?

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