quinta-feira, 2 de abril de 2015

Por toda eternidade

Todos entendem um pouco de eternidade, afinal, qualquer um deseja não passar desta pra melhor e nunca visitar as instalações da cidade dos pés juntos. O problema está em aquilatar e lidar com as dimensões de “eternidade”.
“Viver por toda eternidade” soa mal, mesmo que seja um sonho não morrer. Acontece certo fastio dentro de qualquer mortal ao pensar em minutos, segundos e horas, tudo elevado a n.
Mesmo porque, parece ir muito mal, nossa vida de cada dia, nesta finíssima fresta do tempo que é hoje. Todos querem viver muito, ter muito de tudo, mas desistem de qualquer coisa que custe muito ou que leve tempo para acontecer.
A eternidade não cai bem, no mundo do imediato. O que todos querem – felicidade, prazer e arte, querem pra agora e mesmo que esperem que dure pra sempre, já se desgostam no clique do mouse. Há um jogo de gato e rato nisto tudo. Todos fugindo da morte e perseguindo a vida, a morte perseguindo a todos e todos fugindo da vida.
E fica assim: a felicidade que ansiávamos, o gato comeu, a eternidade que nos espera nos desespera, e a vida, a nossa vida aqui e agora, escorre pelo ralo.
Então, todos decidimos: -“Deus nos livre de ser eternos”.
Que a vida seja agora, que a felicidade sendo pouca possa ser justa e que a morte sendo certa possa atrasar-se bastante!!!



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