terça-feira, 7 de abril de 2015

Presente de Grego

Se te roubarem a noiva, não aceites nenhum presente. Se aceitares um presente, não roubes a noiva de ninguém. Se te cansares de roubar, dar e receber presentes – não és mais grego, nem troiano. Que bom!
Agora, talvez, sejas alguém diferente. Cansado da velha trilha, da velha guerra. Podes até, recomeçar. Recomece do zero, fora de Roma. Evite Paris e Londres. Não feches o cenho, estejas à solta. Sem identidade pregressa, já não podes ser preso, exilado ou solto.
Não vás despencar de onde já caíste. Não mates, não morras.
Pensando bem, deves estar se perguntando; se já não pertences a nenhum clã, se já não tens documentos, se já passaste bem longe das terras prometidas, por que aceitar tantos imperativos de mim?

Verdade seja dita, às favas com os impérios, às favas com os rancores. Libertas Quae Sera Tamen. Afinal, não és mais, nem grego, nem troiano.     

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