terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Tudo era um trote

Não aceitava opinião de ninguém, batia em retirada, toda vez que fosse muito solicitado. Olhava enviesado se mencionassem seu nome. Tinha hora para sair, não tinha hora para chegar.

Chegando, estava sempre de mau humor. Silencioso e no seu canto. Satisfações? Não dava a quem quer que fosse. Nem a mais adorada, nem a ela.

De vez em quando, estava pra cafunés. Sempre nele, dele, ninguém os tinha. Andou adoentado por uns dias, quando se adoentava não comia, não pedia nada.

Certo dia, saiu na hora exata, mas, desta vez mesmo de hora incerta para chegar, não chegou em hora nenhuma. Sua falta foi sentida com muita dor. Choros, chamados, pedidos a Deus, saídas de carro na busca aflita, tudo em vão.

“Miau”, o gato da boa velhinha, fingiu ser domesticado, protagonizou o galã “bon vivant” e arrasou corações. Depois deu de ombros, deixou a casa e se foi para nunca mais voltar.

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