quinta-feira, 2 de outubro de 2014

O dito por não dito

Enquanto, o dito por não dito fica por isso mesmo, os donos de um coração vivem um Apartheid.  Vivem em regiões baldias, onde o elogio é mudo, a admiração é cega e o coração? O coração autista.
Enquanto, o fardo não encontra cúmplice e o ferimento por dardo não recebe unguento, o coração fica agonizante sem emergência.
Enquanto, a alegria não encontra semelhante, os donos de corações vivem segregados. Mudos e inimizados, a braços com braços vazios sem abraços.
Donos de corações precisam dizer um ao outro o que faz sentido. Precisam deixar de falar demais sobre o que não faz nenhum sentido.
O que faz sentido para corações e seus donos são: ideias, ideais, sonhos e projetos, todos, itens precisando de mútuo afeto.
Estímulos, vivas, brindes, sussurros, é tudo que precisa ser dito.

 Não se pode deixar morrer na garganta o dito que faz sentido dizer.

Nenhum comentário:

Postar um comentário