quinta-feira, 6 de agosto de 2015

O seu, o meu melhor.

Sete da manhã.  Acordo. O quarto ainda em penumbra. Cortinas afastadas e a luz se faz.
Embarco nos seus fios dourados. Fio-me nela.  A melhor.
Pretendo muitas coisas, anseio, e então me arrojo. Começa o dia.
Lá vou eu velejar nos acontecimentos. Sujeito-me a chuvas e tempestades. A toda sorte de naufrágio, a conselhos, pressões e abandono.
“A culpa é sua” é meu almoço. “Eu não te disse” meu jantar. Acaba o dia.
Eu, meio desconcertado, volto pra meia luz de meu quarto.  Afasto as cortinas, ancoro pesadamente.  Arrependimentos farejam, me caçam e quando já estão de boca aberta, dentes afiados e salivando, à luz dos fatos, concluo;  -“ fiz o meu melhor”.


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