terça-feira, 7 de julho de 2015

Se deres de beber

Estendendo as mãos, pegando o recipiente cheio dela. E mais sede e mais sede no pote.
Sua transparência, seu jeito inodoro, quanta saudade. 
Estendendo a garganta seca, os olhos murchos sem palavras nem prantos. E por aí, cabisbaixo vais. Cativo da culpa de tê-la negligenciado.
Se tivesses cuidado. Se não tivesse secado teu ardor. Se tua formosa natureza de bondade e presteza tivesse vingado e tivesses mimado-a...
Só há um silêncio fúnebre na fonte. E tu sentas lá se lembrando de como era ouvir os passos dela.
E mais nada no pote. Se deres de beber, vai ser do que te falta.
Agora, agora mesmo te falta atenção. Falta-te um quê de premunição. Falta-te profundidade na essência do que não te pode faltar.

Pega o pote, vá até ela. Plante-a, regue-a e no futuro teremos como dar de beber.

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