sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Que estejamos perplexos, mas não derrotados nem paralisados.

Quando as notícias correm, apressam-se em definir o itinerário da humanidade: morro abaixo, fundo do poço e última parada – apocalipse
De olhos faiscantes e língua solta comunicam céleres, os genocídios e todo um cesto de refugo vergonhoso do planeta. Sem censuras e sem pudores, lá se vão as notícias, desmanchando prazeres e esperanças
Em HD não se ajeitam com a discrição, e parece que é de malvadeza que se especializam em esmiuçar em close caption as rugas, espinhas e cicatrizes do mundo.
A humanidade assiste perplexa sua roupa suja lavada e levada aos quatro cantos pela globalização. Rendida e vendida por tão pouco, tão pavorosamente desnudada, nem mais se reconhece cria do “Criador”.
Mas há uma esperança antes da última parada. A humanidade e as notícias marcaram um duelo ao entardecer. Em digital e tudo, o planeta vai poder assistir.A primeira vai sacar de todo gesto venturoso, valentia humanitária e sensatez. De maquiagem pesada para não causar má impressão.
A segunda, bem, a segunda já não mais tão mordaz, vai usar da velha covardia e de asneiras.Mas, ao entardecer, ela terá um adversário à altura, uma humanidade não mais perplexa nem paralisada e que, certamente, vai atirar primeiro.

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