terça-feira, 28 de agosto de 2018

“Vão indo bem, obrigada”.


Vê-se sempre obrigada a dizer o mesmo.
A quem interessar possa; detalhes das psicopatias, das perdas, dos danos, não, certamente, não.
Custa-lhe a crer que esta realidade passa por atualizações automáticas, então que se lance mão de uma paralela.
“Vão indo bem”.
À noite, mal dorme. Enumera detalhes e listas das dores deles.
Arranja saídas, discursos sensíveis tomados como  censores. Medidas desesperadas.
Encolhe-se toda debaixo das cobertas. Afinal, são arranjos inexequíveis.
Logo, estica-se, apruma-se, tentando entregar a Deus o que é de Deus.
Tem certeza que Cesar pegou sua parte e um pouco a mais.
Vê o novo dia chegar, sempre o mesmo.
Sem ilusões, mas cheia de invencionices, tem tudo na ponta da língua.
“..., obrigada”.

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