sexta-feira, 6 de julho de 2018

Responsável


Culpado! Vil!
O trotar de pés apressados em fuga.
Rosto entre as mãos, pavor na respiração.
Não há conserto. Não sobrou ninguém. Nada se move. Nenhuma ação, nenhuma outra emoção. Estagnação no label.
Durante anos, as palavras na arteriosclerose forçam passagem.
O coração ainda é vil. E o resto tenta tomar outra indumentária.
O vilão quer chegar com o elixir, na terceira jornada do personagem. Não acontece.
Ninguém permite.
 O rosto entre as mãos permanece na tentativa de não lograr enxergar-se.
Porém, agora, já deu. Basta.
Ressurgir das cinzas é um sistema institucionalmente criativo. Funciona há séculos.
Assim, saído da caverna escura, atravessa o terceiro limiar e de peito aberto, negocia a vilania.
Algum impedimento? A vítima estanque no portal. Ainda gritando as palavras.
 Mas, ora veja! O muito querer desentupira as artérias.
E o herói? O peito liberto lhe cede ar suficiente para a travessia.

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