quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Por todos e por tudo

Ponto final. O parágrafo havia terminado.
 A justificativa apresentava a causa e o objeto indireto.
- “Por todos e por tudo que havia sofrido”.
 As palavras escritas espreitavam o ato. Nada festivo, nem cômico, porque trágico.
- O sonho acabou. “Dream was over”. And it was meant.
Então, uma lantejoula brilhou na ponta da mesa. Das mascaras e purpurina que se foram ao final da festa, ela resolveu ficar.
O pequenino adorno brilhante desafiava à espreita da escrita.
O canto do olho fotografou a lâmina furta-cor. No humor aquoso desfilou o lúdico da juventude. Mil jogos, beijos, Iwant to hold your hand, muitos “sim”, gentilezas, prêmios e mãos estendidas.
O parágrafo mudou. A tinta azul rabiscou freneticamente o “por todos e por tudo”.
Um suspiro ecoou no corredor. O anfitrião estava pronto pra outra festa.
Nessa ela seria um convidado com alegria e felicidade, genuinamente, honradas.
Ele riria, brindaria e comemoraria, festivamente; por todos e por tudo.
Ponto final.


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