Arrego,
entrego os pontos, me rendo, mudo.
Não
é preciso mais chegar à esgrima, à estocada no coração ou à
bala perdida que acha o cérebro porque acha que alguma coisa nele
precisa parar.
Não
preciso de muito esforço para arrumar a lista das falas fora de
hora, da agressividade, do olhar de desdém com as virtudes alheias e
aí, me rendo, juro que mudo.
Remexerei
bem o baú do inconsciente, encontrarei valentia para limpar a
sujeira. Faxinarei os preconceitos, os velhos traumas e entregarei os
pontos, mudarei.
Sei
que dá um certo medo, ter a espada por entre as costelas exigindo a
transformação. È horrível ouvir os mesmos telefonemas de ameaças,
não anônimas, mas da culpa. E o que dizer da velha nuvem de má
sorte me rodeando, a mando de minha baixa estima.
Mas,
é preciso mudar, todo novo ano aclama a virada, a volta por cima, o
novo eu.
Eu,
agora, sei que para mudar só é preciso suor, o sangue que se achava
ser necessário, nunca mais.
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