Noite muito escura. Janelas
fechadas. Trilhas? Que nada.
Só você, você só, no ermo
desconhecido. A sorte era a lua que brilhava, não mostrando o
caminho, não, e sim as feridas. Aquelas de que você fugira naquela
noite fechada.
- “Que lua? A noite estava
escura”!
Sim, mas esta lua era a que
brilhava dentro de você, a sorte era a que você tinha de ter a lua
por dentro. De toda sorte, o fato permanecia, você estava perdido e
não sabia o caminho de volta.
Não era a primeira vez. Não
achando ter a lua e nem sorte, você se desesperava. Embrenhava-se em
qualquer canto, em qualquer canto ficava. Ia indo, ia indo e a
estrada segura de volta, que nada.
Os caminhos tortuosos você
inventa, as noites sem lua, também. Basta desinventar os cantos, o
escuro, as janelas fechadas.
Aconchegue-se à lua, bem
dentro de sua casa, e as feridas? Que nada!
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