O anzol bem leve balançava no ar,
por segundos, sem conseguir a pesca. O homem insistia. E mais uma vez, o balé
estranho do anzol encantava quem assistia.
Mais uma tentativa, e lá se foi o
anzol, parou quietinho na ponta da toalha e fisgou o objeto, direitinho.
O homem resgatou a toalha do telhado da sacada
do prédio vizinho. Radiante e
sorridente, sob os aplausos silenciosos de outros homens, que em outras
sacadas, ensinavam pipas a voar.
Sua pesca estranha era a vitória
do engenho sobre o desafio. Pensou, organizou e concretizou, como um Deus a
criar. Os outros homens, que rendiam suas homenagens ao pescador insólito,
também eram especiais. Faziam voar e comandavam o bailado das pipas,
simplesmente divinos.
E então, o homem voltou para a
sala, com seu peixe e seu segredo: “Vós sois deuses”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário