Da poça que fez questão de fazer
maremoto sobre mim. Do carro que não encontrou outro espaço para passar. Do dia
que decidiu ser dia de tristeza. Da confusão, da escuridão, não, não devo
lembrar.
Esquecer como, mas devo, de dias
de humilhação. Da hesitação que rege com a batuta em riste a minha ação. Da
imensidão que insiste em ser nada dentro de mim.
Olvidar eu devo, a falta de
ouvidos para abarcar a intuição, o caminho. O dever não cumprido. O cumprimento
que não veio. O abraço retido e o sorriso que morreu a caminho. Do caminho
amargurado que bate na porta da casa para fazer via expressa.
Não devo lembrar, mas lembro de tempos
inexistentes como passados e futuro, este último que nem acontece como se
deseja e instantaneamente vira passado. Lembro-me disso tudo, mas me esqueço de
hoje, do agora, do tempo de fazer por onde não precisar da lista de “não devo
lembrar”.
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