Diziam que ela falava demais. Cansou-se da mão de obra e com
a escassez de matéria prima, emudeceu. Pegou um atalho, mas persistiu no
beating.
Primeiro a percussão, as cordas, depois os metais e o sopro.
E ia levitando estrada a fora, só no ritmo.
Quando perguntavam “e a velha flama”? Dizia que preferia
ouvir.
Ouviu de tudo e mais um pouco. Tambores rufando o descaso.
Estancava, às vezes, perplexa com as cordas armadas por sobre cadafalsos, à
espreita. Metais afinados prontos para
alguma ferida. As flautas e trompetes anunciando tempestade, pegava só de
ouvido.
E ela continuava no acorde. Sem palavras, sem canseira. Sem
jargão apropriado, com tempo de sobra para fluidificar. Não mais precisaria da esgrima da língua
afiada. Era só deixar o som entrar dando seu recado. –“Instrumental demais, e
daí”?
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