Pegou do pão amanhecido e serviu-se à mesa. Descontente e
acabrunhado.
Sem ideias para aquela manhã, com fastio para o almoço e
nenhum feliz futuro para a noite de lua nova.
Olhava em volta e os fatos estavam todos desfocados.
Revirava o cérebro na vã tentativa de entender-se e desistia.
Sua cabeça de tão oca, deixava-lhe ouvir o sonar de seu
coração emitindo batidas do código Morse.
Pegou da camisa estirada nas costas da cadeira, surrada e
batida de tanto tê-lo sentado.
E, então, bateu-lhe uma vontade louca de singrar os sete
mares. De deixar para trás as profundezas inóspitas. Abandonar o navio e num
bote de um remo só, e sem enjoar, enfrentar a maresia.
Abriu a porta e deparou-se com o dia. Radiante, convidativo,
empático, ensolarado.
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