“A vaca amarela babou na panela,
quem falar primeiro come a baba dela”.
Os pequenos não podem lembrar. Os
grandes não estão pra brincadeiras. Os pequenos pra brincadeiras não estão, com
seus ipads em punho, duelam nos jogos vorazes.
Os grandes, já cansados, não
conseguem sair da armadilha em que estão. Afundados até o pescoço, num visgo
não deletável nem desinstalável. Seus dedos têm a doença do movimento
repetitivo. Seus cérebros desligaram de modo inapropriado e deram boot.
Enquanto isso, numa galáxia
distante os pequenos se agrupam ávidos de adultismo. Nunca foram a Terra do
Nunca e nem querem saber.
Então procurando a salvação e
evitando o apocalipse inevitável, os grandes tentam atualização com Peter Pan.
Que nada, a perspicácia e a intuição os abandonaram.
Buscando de bar em bar, de
consultório em consultório e nada resolveu.
Mas eis que “na rua 24 onde a
mulher matou um sapo com a sola do sapato”, uma loja de livros surgiu.
Os grandes, de lápis de cor em
punho e livro de colorir na mão, foram encontrar os garotos felizes, com pó de
pirlimpimpim e tudo.
Enquanto isso, uma salvação
acontece no front para os pequenos. A professora ensinou alguma coisa doce: “o
doce perguntou pro doce qual o doce que era mais doce e...”
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