Ele achava que havia muito a ser
dito, muito antes, hoje não. Já havia dito tudo, se enganado demais e frustrado
fragorosamente.
Passou a gostar do silêncio.
Palavras não ditas, melhor assim. Nem se apresentava mais. “Fulano de que”?
Suprimiu a foto do face, desfez o twitter,apagou o falatório.
Emudeceu e nada de Libras.
Pensamentos no sótão, adendos no porão e tudo no escuro.
Quiseram saber por quê? Agora
queriam ouvi-lo, mas era tarde demais.
Uma tarde, começou a sentir-se
sufocado. As palavras se agitaram e queriam transbordar-se do peito. Saiu
trôpego, da penumbra da sala. Seu destino era o escritório, mais precisamente,
o laptop. Tinha que vir à tona, ou estaria perdido. Afogado, engolfado em
ideias, um som oco o fez tremer. Fora o tiro de misericórdia, seu coração não
aguentou.
Debruçado por sobre o blog,
palavras lhe jorravam da boca. Ter, não ter, não ser, continuar, face to face,
pedir, interceder, esclarecer, perdoar, doar, morrer.
Agora, já não mais podia, mas
havia tanto a ser tido.
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