Saindo pra caminhar pelos caminhos da China, mergulhando de
um submarino no mar do Caribe, penso se consigo voltar para o chá das cinco.
Acho que posso.
Navegar nas nebulosas ao redor de Cocheiro e Centauro,
conhecer as estrelas mais secretas e ainda sentar à mesa, guardanapo no colo,
pronta pro bolo e o chá quentinho, sim posso.
Sentar por horas embaixo de cerejeiras, claro que no seu
lugar de origem. Pensando no Ocidente, lá no extremo do Oriente, chegar a uma conclusão,
não perdendo o liga leve pra minha sala de estar e estar lá às cinco.
Penso que posso, e quando penso, claro que posso revirar as
gavetas dos castelos da Inglaterra e circular pelos seus bosques.
Mexericar sobre os reis postos e póstumos, e não lá, mas onde
canta o sabiá, voltar para o chá, no horário apropriado.
E perguntarão: “por que este costume tão não brasileiro”?
Responderei prazenteira: “essa é a melhor parte de toda esta
especulação”.
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