Pés no chão, cabeça não nas nuvens. Olhos em riste, em
guarda. Ora para frente, ora para baixo.
Esses são os homens. Cheios de memórias. Memórias de pedras,
de obstáculos, de atoleiros e de abismos. Do que era pra ser, do que não foi
dito, do que não se deu e de ser esquecido.
Lembranças malditas do cara a cara, do dar de ombros e do dar
as costas. Um simples toque e o rés-do-chão emerge.
Dominando a escrita pelos idos do ano 3000 a.C., escrevem
anamneses amargas.
Já os outros, outra espécie, alados, tocando o chão em raríssimas
ocasiões, conhecedores de toda copa de árvore e de plainar sobre as nuvens não
escrevem. Não gozam de liberdade vigiada. Não juntam em celeiros. Não têm
cérebro avantajado.
Voam e cantam isso sim. Aceitam todas as estações e ocasiões.
Completamente baldos de amargor, não têm nada a declarar.
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