Os sábios dizem que sem os paradoxos não aprenderíamos.
“Não haveria luz, se não fosse a escuridão”. “Não haveria
som, se não fosse o silêncio”.
Como discordar!
Entretanto, me apego bastante ao provérbio “um é pouco, dois
é bom, três é demais”.
E, falando por todos, penso que de paradoxos com boa intenção
o inferno anda cheio.
Honesto e desonesto. Rude e amável. Amo e odeio. Beijo e
mato.
Que desgosto!
Não há como se possa confiar em si mesmo. O espelho está
confuso. Eu estou confuso. Tu estás confuso. O país está confuso.
Será que os sábios estão satisfeitos?
Entretanto, uma vitória se apresenta, o mal mostrou sua cara,
não age mais nas sombras e encara seu oponente, frente a frente.
Assim, resta a ti e a mim o maior e único paradoxo. Impõe-se
a inscrição “decifra-me ou te devoro”. Precisamos parar de fingir que vivemos,
excepcionalmente, bem mal.
O reflexo no espelho não pode ser dúbio. A lição, só nos
resta aprender.
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