Esperava ter paz, alguém lhe
havia garantido. Esperava ter mais, mas não tinha garantias.
Sobre a paz, vinha-lhe a imagem
de quem prometera. Queria tanto o presente, e não lhe satisfazia tanto “cavalo
de Tróia”.
Juntava-se ao bando que reivindicava
a dádiva. Vestia-se de branco e ia para as praças. Armava-se de esperança e de
pombos a voar.
Ia que ia, buscava que buscava,
batia e nada de “abrir-se-vos-á”.
Um dia, insatisfeito, com a
mochila cheia de desencanto, amolecendo-se ao sol, teve um estalo. Como
apanhá-la, como, não a perder, agora sabia de que consistia a promessa.
Sem alvoroço, soube que era só
não ficar inquieto sobre o beber, o comer, o governar o mundo. Que era menos
sobre ter, sobre o seu, o meu e mais sobre o nosso.
Pegou o presente, engoliu-o e
ficou quietinho, cheio de paz.
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