Todos entendem um pouco de
eternidade, afinal, qualquer um deseja não passar desta pra melhor e nunca
visitar as instalações da cidade dos pés juntos. O problema está em aquilatar e
lidar com as dimensões de “eternidade”.
“Viver por toda eternidade” soa mal,
mesmo que seja um sonho não morrer. Acontece certo fastio dentro de qualquer
mortal ao pensar em minutos, segundos e horas, tudo elevado a n.
Mesmo porque, parece ir muito
mal, nossa vida de cada dia, nesta finíssima fresta do tempo que é hoje. Todos
querem viver muito, ter muito de tudo, mas desistem de qualquer coisa que custe
muito ou que leve tempo para acontecer.
A eternidade não cai bem, no
mundo do imediato. O que todos querem – felicidade, prazer e arte, querem pra
agora e mesmo que esperem que dure pra sempre, já se desgostam no clique do
mouse. Há um jogo de gato e rato nisto tudo. Todos fugindo da morte e
perseguindo a vida, a morte perseguindo a todos e todos fugindo da vida.
E fica assim: a felicidade que
ansiávamos, o gato comeu, a eternidade que nos espera nos desespera, e a vida,
a nossa vida aqui e agora, escorre pelo ralo.
Então, todos decidimos: -“Deus
nos livre de ser eternos”.
Que a vida seja agora, que a
felicidade sendo pouca possa ser justa e que a morte sendo certa possa
atrasar-se bastante!!!
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