Abracadabra! A cartola estava
vazia. Abracadabra! O coelho não asfixiou, saiu saltando perdido.
Abracadabra! A mulher pareceu
sorridente e segura, não estava cortada ao meio. Um prédio aparece, assombra e esvanece.
Pássaros multicores se libertam de uma gaiola dourada, da qual as barras
desaparecem e veem-se a voar em meio a cortinas de veludo vermelhas. Pessoas
são elevadas no ar, assustadas, mas logo estão seguras no chão.
Agora, você vê, agora, você não vê
e ao contrário. O ilusionista percebe a alegria nos corações e mais
abracadabra. Ele não promete, ele faz. Suas mãos deliram com gestos de
misancene.
A plateia descortina tanto do
impossível que inebriadas garantem sair dali mais confiantes, afinal a vida é
um truque. Agora, você vê, agora, você não vê.
Abracadabra, o condão está com
você.