“Não haverá, não”. Pensava meu
coração. Enquanto a vida corria, eu me parava.
Não sentir nada era o meu bordão.
Não ser de um grupo, não pertencer, eu queria era sumir num rabo de foguete.
Mas, ao contrário fui ficando.
Enquanto eu ficava, a vida corria. Ela era sempre a mesma, e eu, em ebulição.
Aceitação zero, tentava somar, mas tudo diminuía.
Fechava os olhos naquela
desolação e fingindo e ofegando, fui pegando o que a vida oferecia.
Um dia, me dei conta de que havia
muito para dar conta, e sim, eu tinha o que fazer.
Fui dando conta de tudo, um dia
depois do outro, e certo dia, vi surgir como um label, embrulhando minha noite para
ser entregue na manhã seguinte: “dias melhores virão”.
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