O fino da bossa é, ou seria, sabe
o que? Deixar o coração vaguear, vaguear não, surfar, nas ondas do mar. Cheio
de frescor e espuma. Cheio de valentia, mas mole, flexível, respeitando a lei
das pranchas, pra pegar as ondas, nos dias de domingo.
O uso do termo antigo, lá no
começo, é intencional e direcionado para definir como o coração deveria se
sentir, naquele tempo da nova bossa. Claro que sem rojões, bandeiras, nem
pressões, nem cadeias. Mas, sim, dissonante, itinerante e cheio de sucesso.
Lá vai o coração, no domingo, no
parque, no cinema, na varanda. Sem pulos, nem saltos, balançando na rede
lembrando-se da flor, do muito obrigado! Pode entrar! Bom filme! Isto é seu?
Bom trabalho! Sem ais, sem
senões, sem cifrões.
O coração lembra-se do
cardiologista a recomendar finas emoções e se sente satisfeito. “Alegria
batendo no peito e o radinho tocando direito”. E lá vai ele, às três da tarde,
no domingo, se sentindo o fino da bossa.
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