Enquanto, o dito por não dito
fica por isso mesmo, os donos de um coração vivem um Apartheid. Vivem em regiões baldias, onde o elogio é
mudo, a admiração é cega e o coração? O coração autista.
Enquanto, o fardo não encontra
cúmplice e o ferimento por dardo não recebe unguento, o coração fica agonizante
sem emergência.
Enquanto, a alegria não encontra
semelhante, os donos de corações vivem segregados. Mudos e inimizados, a braços
com braços vazios sem abraços.
Donos de corações precisam dizer
um ao outro o que faz sentido. Precisam deixar de falar demais sobre o que não
faz nenhum sentido.
O que faz sentido para corações e
seus donos são: ideias, ideais, sonhos e projetos, todos, itens precisando de
mútuo afeto.
Estímulos, vivas, brindes,
sussurros, é tudo que precisa ser dito.
Não se pode deixar morrer na garganta o dito
que faz sentido dizer.
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