Um direito de dentro de si. Ir e vir em caminhos
tortuosos. A regiões longínquas.
Direito carimbado ou
intrínseco, incorruptível ou indomável.
Você vai por aí sem eira nem beira e vai gostar.
Decide que vai, decide que não. Passa pelo “nem pensar” sem
escalas e procura pelo bilhete, desesperada.
Gosta das montanhas e de repente tem pavor de escalar. Está
no beiral da vista do Cristo, mal chegou, quer voltar.
Não há censuras nem limites para a sua indecisão. Escolhe o
quarto, se encolhe na sala.
Sem mais nem crer compra passagens pro Afeganistão. Todos de
queixo caído e você “nem aí”.
Mergulha pra dentro, mergulha pra fora. E fica com frio,
rapidamente. Tenta se aquecer com lembranças ou esquece o presente com
champanhe.
Ir e vir você tem direito, até que se ache. E em não se achando pode usufruir o direito
de ir até o balcão de “achados e perdidos”, pedir explicações. Dar definições
do que você nem sabe que perdeu, nem como era.
Fingir que está desolada pela perda irreparável. Gritar que ninguém tem
cuidado.
Idas e vindas, direito registrado, o procurado, procurado. O
registro de perdas e danos é todo seu. E
ao final, ir e vir ainda te pertence. Vê se tem um pedido só último talvez, que
te enterrem na lapinha, calça culote, paletó e almofadinha.
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