Ele estava sentado em uma das cadeiras do Banco, daquelas em
que se esperava ver um idoso. Era um menino de uns doze anos, tipo nórdico.
Alto, magro, cabelos castanho claro liso. Não muito compridos, não lhe
emolduravam o rosto, não, várias pontas, mas encobriam a testa e as orelhas.
Estava sentado olhando para a televisão, quase como se não
estivesse ali. Plácido, sua presença era leve. A maquininha da senha continuava
chamando mais um, naquele tom de meia nota musical.
O burburinho das vozes queixosas se misturava ao som das
senhas, quando a mãe do menino aparece. Com ela vem outro menino pequenino de
uns seis anos, de óculos e um aparelho de surdez nas orelhinhas. A mãe diz para
o menino de doze anos: Thor! Toma conta dele, chegou a minha vez.
Thor levanta, suavemente, e vai ao
encontro do irmãozinho.
A vida tem dessas coisas, tudo parece tão feio, triste e
insano, principalmente nos Bancos. Tanta gente ávida para pegar seu quinhão,
tornando-se tão intolerante e agressiva. Reclamam da demora, dos caixas, do
Banco, da gerência e de tudo. No fundo, são pessoas carentes de algo imaterial
que as proteja.
Então, vez por outra,
um Deus ou um super-herói aparece para salvá-las. “Thor! Toma conta dele”. E
Thor, em pessoa, toma conta de seu irmãozinho e dos outros seus irmãos da
Terra.
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