“Beber
o mundo feito Coca-Cola”, com sofreguidão, quisera eu, assim, beber a vida.
Beber o mundo, feito almoço de domingo, com toda alegria. Mas não bebo a vida,
a vida me devora.
Não
digiro nada e o nada me engole. “Mil venturas” jamais previ. Passo os dias na
lentidão do slow motion com defeito.
Tenho
medo de aventura, mas, a aventura morre de amores por mim. Toda vez que tento
entrar em dieta dos desafios, fico sem segundas-feiras.
Não,
não me peça para viver com sofreguidão. Eu passo, deixo para os sábios, para os
doutos, eu sou plebeu. Deixo para os poetas, atletas, amantes, eu sou
retirante, indigente.
O máximo que posso é
forçar uma esperança, feito luz de vela. Sento-me à mesa, na escuridão, prato
parco à frente e muito de autocomiseração. Como a sobremesa. Acendo a vela,
espero a vista acostumar e nada de refrigerante nas refeições.
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