Sete da manhã. Acordo. O quarto ainda em penumbra. Cortinas
afastadas e a luz se faz.
Embarco nos seus fios dourados.
Fio-me nela. A melhor.
Pretendo muitas coisas, anseio, e
então me arrojo. Começa o dia.
Lá vou eu velejar nos
acontecimentos. Sujeito-me a chuvas e tempestades. A toda sorte de naufrágio, a
conselhos, pressões e abandono.
“A culpa é sua” é meu almoço. “Eu
não te disse” meu jantar. Acaba o dia.
Eu, meio desconcertado, volto pra
meia luz de meu quarto. Afasto as cortinas,
ancoro pesadamente. Arrependimentos
farejam, me caçam e quando já estão de boca aberta, dentes afiados e salivando,
à luz dos fatos, concluo; -“ fiz o meu
melhor”.
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