Na fila, o caixa grita: - “O
próximo”. Não é você, é o próximo.
- Mas que tipo de roupa é essa?
Por que se remexe tanto? Esbarra em você. Será que é cego?
O próximo segue e bate com a
bolsa em você, te acotovela. Descobre um amigo no fim da fila e grita:- Oi
fulano. Conversam sem sair de seus lugares.
-Mas que tipo de conversa é essa?
E são muitos os tipos de próximos
desfilando sob a crítica de teu olhar. - Não deveriam isso, não deveriam aquilo
e a fila prossegue. No fundo, no fundo, você não quer continuar as avaliações,
não quer ser juiz, não quer prendê-los.
O próximo insiste. Não se
comporta bem. Erra no português. Reclama da fila, do caixa.
“O próximo”- grita o caixa,
agora, é você. De costas para o resto da fila, exausto de críticas e de óticas,
você se apruma pensando em se comportar bem. Para não ser julgado e metido em
cadeia. “E de lá não sairás”.
Então você decide. O próximo é
único, é belo, é livre. Jamais os prenderá a seus julgamentos, novamente. Sim,
é melhor deixá-los ir.
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