Cheguei bem. De alguma sorte, no
início, tive sorte. Fui recebido na estação por quem esperado. Dispensaram-me
gentilezas.
Passou-se algum tempo, mudando
vez por outra, nem sempre recepcionado, nem sempre com gentilezas, quase nunca
satisfeito, achei-me cheio de azares.
Encontros, desencontros, esquinas
solitárias, curvas perigosas, becos escuros e ruas sem saída era como
descreveria meu lugar.
Aprendendo a jogar, jogava o jogo para
o meu lucro, para o meu bem. Afinal, não era para isso que tinha vindo? Tentar
a sorte? A minha e a de ninguém mais.
A sorte me escapulia por entre os
olhos e ouvidos. A frustração me agarrava pelas mãos e pelos pés. Atado,
amordaçado passei horas e horas de pura lamentação e estertor.
A que terras me lancei? Que águas,
almejei singrar? Quero voltar! Quero voltar! Passagem só de ida, entretanto,
havia comprado acreditando em que se plantando tudo dá. Só me esqueci de
plantar.
Então, desatei-me com um pouco de
sorte e plantei com muito esforço. Hoje em dia, colho algumas flores de maio,
sou um pouco herói. Não sei de tudo, mas o pouco que sei me deixa achado,
recebido, acolhido e feliz. Assinado por Deus.
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