Edgar Allan Poe faz Auguste Dupin concluir que a verdade não
está no topo da montanha e sim no sopé.
Mas, escrutinar uma elevação magnífica atrás de uma resposta
válida, é lindo.
Mesmo porque aqui pelas planícies tudo é tão raso, certezas
nenhumas e soluções tão rasteiras.
O topo de uma montanha se avizinha do céu, onde, por certo,
belas verdades estarão.
No alto daquele morro
tem um ninho de mafagafos com sete mafagafinhos.
Só no topo gelado das montanhas da Áustria brota a Edelweise.
Do alto de um monte as
bem-aventuranças bem aventuraram os homens.
A melhor brisa, a mais bela paisagem só é sentida em
plenitude nas altitudes. Sem contar que do plano alto de uma elevação qualquer
pode se vislumbrar o futuro.
Os alpinistas sabem disso tudo e vivem sempre ébrios pela
próxima escalada. Vão lá encontrar as verdadeiras cidades de tesouros
escondidos. Os reais vales do paraíso.
Anseiam pelo ponto onde as nuvens tocam a Terra.
Os imortais estão no Olimpo e acho que todo mortal se enternece
com as escadinhas para o céu.
Porque montanhas são
isso, não?